Dor: Crônica, Aguda, uma inimiga do bem estar

do UNIVERSO FEMININO



Até que ponto uma dor pode ser motivo de preocupações?
Descubra melhor.



Procurámos Lucindo Ormonde, anestesiologista, para tentar saber mais sobre o assunto.


Sinal de alerta


''A dor não é um fenômeno normal. É um sinal de alerta, um aviso, uma consequência. Tem de ser investigada quando persiste ou provoca um compromisso de saúde importante para o doente'', explica, Lucindo.


''A maioria das situações dolorosas são passageiras e autoregulam ou são controláveis pela própria pessoa com medicação, mas, se persistir apesar de tratamentos simples como a toma de anti-inflamatórios e paracetamol, for incapacitante e não melhorar, deve ser avaliada por um especialista'', afirma. Até porque só um profissional de saúde poderá determinar as causas da dor e a melhor terapia a aplicar.


Da moinha à incapacidade


Não existe uma definição concreta de dor, visto que esta tem origens múltiplas e a sua intensidade depende da sensibilidade de cada um. No entanto, a medicina define como um sintoma que acompanha, de forma transversal, a generalidade das situações patológicas que requerem cuidados de saúde.


Neste contexto, podem estratificar três tipos de dor, a aguda, a peri-operatória e a crônica. No primeiro caso, inserem as dores de início recente e quem têm uma causa e uma definição temporal concreta.


Na prática, costumam resultar de uma lesão ou agressão. A dor peri-operatória está relacionada com uma intervenção cirúrgica ou com uma doença pré-existente. Por último, a dor crônica é aquela que se prolonga no tempo e cuja indefinição causal e temporal contribui para o sofrimento do paciente.


Em risco


Quando se fala em dor crônica, é inevitável pensar imediatamente em doenças também elas crônicas. No entanto, e ao contrário do que se poderia pensar, as doenças oncológicas representam apenas um por cento deste tipo de dor.


O que não significa que outras patologias não estejam a ela associadas, como é o caso de quem tem imunodeficiência adquirida (VIH). A explicação reside no fato de estas pessoas estarem mais sujeitas a outro tipo de patologias.


Mas, convém não esquecer que existem outros grupos de risco, doentes reumatismais, diabéticos, pessoas com insuficiência vascular periférica, determinados doentes após as operações e profissionais com certas atividades que exigem posturas ou esforços de risco, segundo o anestesiologista.


Tratamento multidisciplinar


Existem também métodos físicos como os utilizados em fisioterapia, a manipulação, como na osteopatia, e até outros mais especializados, como implantações de dispositivos de estimulação nervosa e acupunctura, de acordo com Lucindo Ormonde, anestesiologista.


No caso das pessoas que sofrem de dor crônica, como costumam reunir uma série de outros problemas de saúde, desde patologias reumáticas, neurológicas ou psiquiátricas, a problemas oncológicos, o tratamento costuma ser, também ele, multifacetado.


Opióides e anti-inflamatórios


O objetivo principal do tratamento do doente com dor é anular o desconforto que sente, pelo que uma das soluções pode passar pela administração de analgésicos, sejam eles opióides ou anti-inflamatórios.


Os primeiros são aqueles que estão quimicamente associados à morfina e que constituem o tratamento base da dor crônica. Contudo, a sua toma apresenta uma contrapartida. com o tempo, as pessoas que os utilizam podem vir a necessitar de doses maiores.


Já os anti-inflamatórios atuam não só eliminando a sensação de dor, como também reduzindo a inflamação, o edema e a irritação que muitas vezes surgem associadas a uma ferida e que aumentam a dor, pelo que são usados frequentemente em pacientes com dor aguda.


O médico avalia a dor em função de diversos fatores.


Exemplo:


Queixa dolorosa ou reação a eventuais intervenções


Estado de ansiedade, depressão, alterações comportamentais e manifestações causadas ou modificadas pela medicação analgésica


Estado de incapacidade


Idade (as crianças e pessoas idosas têm maior dificuldade em verbalizar o que sentem, como sentem e onde sentem)


Doenças que a pessoa tem, reumáticas, oncológicas, respiratórias, entre outras


Soluções alternativas para o tratamento da dor


Aplicação de compressas frias ou quentes diretamente sobre a zona dorida.


Recurso a ultra-sons que transmitem calor em profundidade, o que pode aliviar a dor provocada pela ruptura muscular e ligamentos inflamados.


Acupunctura, uma terapia em que se inserem pequenas agulhas em zonas específicas do corpo para reequilibrar as energias do organismo.


Apoio psicológico (para detectar sintomas de depressão ou ansiedade) e/ou adoptar estratégias de conforto, evitar pensamentos negativos, concentrar nas coisas pelas quais vale a pena viver, para alterar as circunstâncias negativas relacionadas com a dor.


Registo da dor de acordo com uma tabela, que deverá incluir a intensidade da dor, as tarefas que se realizam, bem como os sentimentos e pensamentos associados à realização dessas tarefas.

Qual sua opinião, Dúvida? Nossa equipe quer ver você comentando e participando. Conversion Conversion Emoticon Emoticon